«Contos da Dona Terra» ilustração Bernardo Carvalho, Planeta Tangerina

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Para a nossa amiga Sónia Guerreiro

Naquela que é a vez
A primeira e as restantes
O começo de tudo
O sopro e a aurora.

Não te foste embora
Porque a vida é uma expiração profunda
Um requebro no instante.

- E repenso a aleatoriedade da vida.

Alguém piscou o olho
Sei que andas por aqui
Inspiro as suaves brisas
E transb(p)ord(t)o uma forte e cálida candura
De uma amizade impalpável que perdura.

Tudo parece ser
Uma metade e não o todo
A transposição, o corte e o momento
Um bafejo ao sabor do vento.

A conclusão de tudo
Quando não está concluído
E a parte (pranto) final no inacabado
Mais o que ficou pendente
Quando “um” fim chega derrepente…

O incontornável apesar da atitude
Rumar contra todas as regras desse fim
A aceitação do intermitente
Afinal as coisas parecem ser assim.

Sinto com todos os sentidos
Que um ciclo se vai cumprindo
Porque todos os dias, são dias
E num aceno, vejo-te sorrindo.

Sofia, Agosto de 2009
############